quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PEDAGOGIA PROGRESSISTA

O termo progressista advém de George Snyders, que resulta da morte de uma velha estrutura educacional e na construção de uma nova, usado aqui para designar as tendências que partindo de uma análise crítica das realidades sociais sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.
A pedagogia progressista tem-se manifestado em três tendências: a libertadora, mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire, a libertária e a crítico-social dos conteúdos.
A libertadora e a libertária têm em comum o anti-autoritarismo, a valorização da experiência vivida como base da relação educativa e a idéia de autogestão pedagógica.
A tendência da pedagogia critico social de conteúdos propõe uma síntese superadora das pedagogia tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na prática social concreta.


Tendência Progressista Libertadora

A pedagogia libertadora tem como inspirador Paulo Freire. Movimentos populares: sindicatos, formações teóricas indicam educação para adultos, muitos professores vêm tentando colocar em prática todos os graus de ensino forma.
A educação libertadora questiona concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens, visando a uma transformação - daí ser uma educação crítica. 
O papel da escola progressista libertadora era visar e levar professores e alunos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da transformação social. A relação do professor e aluno e de igual, horizontalmente com aprendizagem problemática onde propõe uma educação libertadora, na qual o professor e aluno se educam mediados pelo mundo.

Tendência Progressista Libertária

A pedagogia libertária espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário.  
A pedagogia libertária, na sua modalidade mais conhecida entre nós, a "pedagogia institucional", pretende ser uma forma de resistência contra a burocracia como instrumento da ação; dominadora do Estado, que tudo controla (professores, programas, provas etc.), retirando a autonomia.Pode-se dizer que um dos principais objetivos da pedagogia libertária é preparar os indivíduos para a vivência plena da liberdade. Para isso, desenvolve a autonomia, a responsabilidade, o respeito, a solidariedade, a cooperação e a criatividade nos educandos. Assim, além de estabelecer novas formas de relações interpessoais, é também um instrumento de luta para a superação das condições de exploração que sustentam nossa sociedade.
O objetivo da educação libertária é educar para que a pessoa seja o que ela realmente é, consciente de si mesma e de sua singularidade, de suas diferenças e da importância de seu relacionamento com o grupo social para a construção coletiva da liberdade.
As idéias libertárias no Brasil foram introduzidas no movimento sindicalista brasileiro pelos trabalhadores anarquistas vindos da Espanha, Itália e Portugal, durante a época da imigração, e “[...] representou a frente de luta mais significativa dos trabalhadores nas duas primeiras décadas do século contra a exploração do operariado brasileiro” (KASSICK, 2000).
A pedagogia libertária constrói-se na tensão entre o dado prático, vivenciado e paulatinamente negado, e o dado conceitual, o projeto, construído e buscado como meta.




Tendência Progressista Crítico-Social dos Conteúdos

A tendência crítico-social dos conteúdos surge no final dos anos 70 e início dos anos 80, sendo uma reação de alguns educadores que não aceitam a pouca relevância que a pedagogia libertadora dá ao aprendizado do chamado ‘saber elaborado’, historicamente acumulado e que constitui o acervo cultural da humanidade.
 Uma das principais características desta tendência é a forma de apresentar os conteúdos, pois estes não devem ser separados da realidade social. A escola deve apresentar-se como um instrumento de apropriação do saber e agente transformador da sociedade. O principal papel desempenhado pela escola, neste contexto, é o de preparar os alunos para o mundo em que vivem tornando-os seres críticos conscientes das contradições existentes na sociedade da qual fazem parte.
Na tendência progressista “crítico-social dos conteúdos”, todos devem ter acesso aos mesmos conteúdos, sem discriminação por classe social. Não há necessidade de permitir que um aluno continue falando ou escrevendo errado para respeitá-lo. Outro fator que torna esta a melhor opção de método de ensino é a postura pedagógica de crítica dos conteúdos. Os alunos aprendem a reavaliarem criticamente toda a aprendizagem que recebem e todo o contexto social em que vivem. Isto é positivo, na medida em que forma seres politizados sem praticar uma pedagogia ideológica, o que tornaria os alunos parciais demais para enxergarem o mundo com alguma criticidade. Quanto aos métodos de ensino, não se trata da forma tradicional de “transmitir” conhecimentos, tampouco da livre expressão de opiniões, mas sim, de uma relação entre a prática vivida pelo aluno e os conteúdos propostos pelo professor. O papel do professor, como o adulto da situação, é muito importante, porém, o aluno também participa ativamente do seu processo de aprendizagem, utilizando sua experiência no contexto social para confrontá-la com os conteúdos apresentados pelo professor.